17/06 - Sobremesa Musical - PUCRS

Nesta quarta feira às 12:30 irei me apresentar com a soprano Cynthia Barcelos (Duo Cantilena) no projeto Sobremesa Musical da PUCRS.
O recital será no prédio 9 da PUCRS em Porto Alegre.
Iremos apresentar um repertório formado por canções Argentinas e Brasileiras.

https://www.facebook.com/events/724387801003393/

Nana de Manuel de Falla (1876 - 1946)

Ai vai uma gravação que a soprano Cynthia Barcelos e eu realizamos da Nana, a quinta das Siete canciones populares Españolas de Manuel de Falla. Este trabalho com a Cynthia leva o nome de Duo Cantilena e já existe desde 2008. Nana é uma canção de ninar.

Fizemos esta gravação para mandar de presente para um querido casal de amigos que estão grávidos.

"Falsificações Musicais" e o violão

Na quinta-feira (02/04) o maestro Osvaldo Colarusso publicou em seu blog Falando de Música uma interessante analogia entre músicas e pinturas atribuídas a célebres mestres do passado. Nas artes visuais é o caso do quadro de Han Von Meegeren de 1936 vendido como um verdadeiro Vermmer. Entre as célebres obras musicais atribuídas a compositores renomados citou o Adágio de Albinoni (1671-1751) composto na verdade por Remo Giazzoto (1910-1998), o Concerto para violino de Mozart escrito por M. Casadesus (1892-1981), o Concerto para Viola escrito por H.G. Casadesus (1879 -1947), além de um livro de memórias supostamente escrito por Anna Magadalena Bach, que na verdade data de 1925 e foi escrito por uma senhora inglesa.

Aproveito esta interessante publicação para relacioná-la com o repertório do violão. Certamente a obra mais célebre que passou por um processo similar de composição foi a Suite em Lá menor escrita por Manuel Ponce, mas atribuída S.L Weiss um importante alaudista do período barroco e contemporâneo a J.S. Bach.

A obra que data de 1929 foi encomenda do grande violonista espanhol Andrés Segóvia. Este intérprete realizava um importante trabalho de renovação do repertório do violão, através de encomendas de obras, transcrições, além de resgate de repertório antigo, para assim colocar o violão num patamar de instrumento de concerto. Segóvia aproveitou um dos atributos de Manuel Ponce que era capaz e gostava de escrever obras ao estilo de compositores e períodos do passado. A suíte inicialmente seria atribuída a Bach, mas para não levantar suspeitas foi atribuída a Weiss, então um compositor bem menos conhecido. A suíte pode ser ouvida pela excelente violonista Gohar Vardanian:

Além desta famosa suíte foram compostas obras como Prelúdio e Balletto (sob o pseudônimo de Weiss) e uma Suíte Antiga (Sob o pseudônimo de Alessandro Scarlatti). Além destas a Sonata Clássica (em homenagem a Fernando Sor) e a Sonata Romântica  (em homenagem à Franz Schubert), ambas creditas desde o início a Ponce. Segue a interpretação do prelúdio feia pela genial Andrés Segóvia:

Uma caso mais recente que tem levantado suspeitas de um "ghost composer" é a Sonata op.17 de Franz Werthmüller (1769 - 1841), um obscuro compositor que teria composto uma fantástica sonata para violão no estilo de Haydn. A obra explora o violão de maneira diferente dos processos idiomáticos utilizados no séc. XIX e lembra alguns procedimentos de digitação utilizados em transcrições de obras de cravo, o que só viria a acontecer no séc. XX. A obra foi supostamente encontrada pelo violonista Tilman Hoppstock. Antiga ou nova esta sonata soa fantástica no violão, caso um compositor moderno seja descoberto, o Werthmüeller terá servido para despertar a curiosidade do meio violonístico e colocar a obra no repertório "standart" do instrumento. 

A obra pode ser ouvida aqui:

Para encerrar gostaria de citar um obra que não leva o nome de outro compositor, mas sim o estilo. O grande compositor brasileiro Radamés Gnatalli (1906 - 1988) conhecido por transitar muito bem entre os universos da música de concerto e da música popular urbana dedicou o último estudo da sua série de 10 estudos para violão (1967) ao compositor e violonista Aníbal Sardinha "Garoto"  (1915 - 1955). Gnatalli e Garoto trabalharam juntos na rádio nacional e construíram uma admiração mútua, de forma que Gnattali ainda compôs um concertino para Garoto estrear no Teatro Municipal do RJ em 1953.
É nítida a semelhança entre os dois estilos.

 
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Smoke on the Water - Arranjo para violão (fácil)

Fiz este arranjo da canção Smoke on the Water da banda britânica Deep Purple para ser tocado pelos meus alunos que apreciam um bom clássico do Rock n' Roll. Procurei que o arranjo ofereça dificuldade semelhante às peças dos vol. 1 e 2 do método do Henrique Pinto, para poder ser utilizado como repertório paralelo. Ainda que conhecer obras e estilos novos seja sempre uma atividade interessante, tocar músicas que se conheça também é gratificante.

Segue ai o link